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Se o cinema brasileiro prostitui o potencial da comédia como gênero de mercado, ao menos tem tido mais cuidado ao se lançar nos derivativos da comédia romântica. Depois do corretinho Mato Sem Cachorro, estreia mais um longa que ao menos não faz de sua existência uma banalidade oportunista, o realmente divertido Meu Passado Me Condena.
Decalcado do programa homônimo da TV (Multishow), já é de se comemorar o fato de que a diretora Julia Rezende (filha do veterano diretor Sérgio Rezende, de Canudos e Salve Geral, e da produtora Mariza Leão) traz para a historinha a amplidão técnica que o cinema precisa, uma vez que, de uma maneira geral, as séries do canal são tecnicamente limitadas. Tudo é muito previsível - dos roteiro até alguns cacoetes de direção chupados de comédias românticas americanas - entretanto, Julia sabia que o que tinha de mais valioso em suas mãos era o casal protagonista e a química que isso proporcionaria. E investiu nessa interlocução. Daí, o filme já nasceu ganho.
Miá Mello é uma graça e manda bem na sua porção atriz, para além de maneirismos do humor. Mas Fábio Porchat é gênio. Um dos maiores humoristas da cena atual e seus êxitos se justificam pelo domínio do timing da comédia, com uma certa ironia cênica de auto representação. Mesmo que seja "o humorista" em tudo o que faz (é o mesmo papel no bom Vai Que Dá Certo e no tenebroso O Concurso), Porchat agrega sempre um carisma a mais ao texto que fala. E vamos combinar, os conflitos de relacionamento, ainda mais no início, onde as personalidades vão tentando se encaixar num sentido mútuo, são universais. E clichês por natureza. Adicionando a isso um humor irresistível então, só nos resta relaxar como relaxamos numa despretensiosa Sessão da Tarde... Curti.
Olá!
ResponderExcluirGostei muito da crítica! Os filmes brasileiros não me atraiam há um tempo atrás, porém, percebi que de uns tempos para cá isso vem mudando. Acho que a falta de público finalmente foi vista e agora começaram a investir mais nas nossas produções, sem precisar focar apenas em violência e mulher pelada, hahahaha.
Nanda,
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